CDT – Gestão 2016/2018

Relato e participação de Leonardo Fernandes

  • FLÁVIA ZAGO
  • 05/12/2018
  • 15h05

Entrei como sócio da ABCCMM em 12 de setembro de 1977, data da aprovação, por apresentação de meu pai, que já era associado. Minha família cria há muito tempo, iniciando com os cavalos da famosa criação Campo Grande de Gabriel Andrade, portanto estamos nesse mundo do Mangalarga Marchador desde o início da ABCCMM, mesmo sem sermos sócios fundadores. Participamos da história da entidade e da raça antes de ser fundada e com pioneirismo na Bahia. 

Participei como conselheiro por quatro oportunidades, sendo duas no Conselho Superior e duas no Conselho Técnico.  

Ao longo desses anos, presenciei alguns fatos importantes como o início da disputa entres as escolas das Marchas Picada e Batida na gestão de Bolívar de Andrade, a modernização do padrão racial e expansão para São Paulo na época de José Lucio Resende, da separação do julgamento de marcha e morfologia no período de Aristides Rache, na restauração da Marcha Picada ao padrão racial e seu julgamento em separado na presidência de Nelson Boechat, na cautela e valorização do padrão racial da administração colegiada de Eduardo Simões, quando estávamos no auge da crise do TAC e na iminência de sofrer uma interferência da justiça e da atual presidência de Daniel Borja a qual vou falar mais adiante.

Em todas essas administrações citadas, houveram os fatos relevantes mencionados, que causaram impactos ao sistema de criação em geral e desde a gestão de José Lucio, tive participação como colaborador, ora mais, ora menos intensa e por três oportunidades fui agraciado por comendas da ABCCMM, o que muito me orgulho. Incentivo e fomento a raça tendo meu pai como exemplo e a marcha tripedal como referência. 

Sou membro atual do Conselho Deliberativo da Associação e secretário da mesma, na presidência de Tiago Garcia e do atual Carlos Augusto Sacchi, dois bons presidentes que atuaram de forma brilhante e profícua em suas direções, nessa gestão de Daniel Borja. Tenho como colega de secretariado, o companheiro e amigo de infância, o criador Carlos Rodenburg, um participante atuante do mesmo, sem esquecer de que os colegas conselheiros que atuaram nessa gestão como André Ribeiro de Oliveira, Carlos Eduardo Federici, Evaldo Penedo, Hans Junqueira, Leonardo Reis, Roberto Ribas, Rodinei Botelho, Ronaldo Rodrigues, Wander Mello, Marcelo Junqueira Ribeiro, Ricardo Carvalho, Ataíde Maciel Pereira, José Mauricio Maciel, Salatiel Lobato, Aluízio Maciel Filho, Marcio Leite, Breno  Corrêa e Castro, Diego Vitral, Murilo Torres, Cléber Vilela, representante do Ministério da Agricultura e Henrique Machado, superintendente do Registro Genealógico, que juntos fizeram uma das melhores e mais produtivas atuações na história da entidade, deixando um legado de decisões, ver em anexo, trazendo aos associados, corpo técnico e a associação reflexos positivos a todos pela qualidade das propostas aprovadas. 

Outro fato importante desse CDT, foi o total apoio da Diretoria e em especial ao seu presidente, que participou de quase todas as reuniões, debatendo as ideias de forma democrática e apoiando as decisões do CDT, fato raro na história da raça, e recordo de atitude idêntica na gestão de Eduardo Simões, onde também fui conselheiro, e de José Lucio Resende, que participei do Conselho Superior. 

Além da quantidade de projetos aprovados, quero destacar que tivemos a 1º reunião aberta aos associados na 11º reunião do CDT, em 24 de abril de 2018, com a palestra sobre sela de Luli Kratschmer, medica veterinária com especialização em sela da empresa Saddlefitting Brazil e essa decisão com convite feito aos mesmos na 1º página do site da ABCCMM nos coloca na vanguarda e em destaque, criando novos paradigmas para futuras gestões da associação e do CDT. Somos pioneiros nessa reunião aberta a todos os associados. Nesse ponto, entramos na história da entidade, com destaque, mostrando que esse colegiado é aberto e que suas decisões são sempre decididas com base na técnica e bom senso. 

Por determinação estatutária, no Capitulo X, Art. 78, § único, do processo eleitoral, não é permitido a reeleição dos membros do CDT, mas os indicados pelo presidente podem e assim, em minha opinião é recomendado a mesma indicação dos atuais pela forma que se dedicaram e pela eficiência dos trabalhos e da solução de continuidade dos projetos aprovados. Considero isso uma recomendação natural. 

A minha indicação para participar do atual CDT, foi dos criadores da Bahia, estado onde crio, e por esse motivo peço permissão aos colegas do conselho para que possa mostrar a Associação Baiana dos Criadores nossas decisões e a participação que tive nas sugestões por mim apresentada, as aprovadas e as que não foram, com objetivo de ser grato a escolha que os baianos fizeram. Desejo fazer, mas com o acordo de nosso colegiado. 

Aproveito também e quero deixar registrado algumas sugestões para o próximo CDT que são: 

  • No próximo ano hípico, 2019/20, incluir a penalização dos animais montados que estiverem com pressão no comando da rédea, ato que pode provocar lesões e modificar as marchas, prejudicando a análise da naturalidade. A rédea é o meio pelo qual as mãos do cavaleiro chegam na embocadura e devem ter um contato de apoio suave e quando houver uma maior tensão é apenas para uma finalidade e termina imediatamente ao se atingir a mesma. É preciso penalizar, até com certo rigor, os animais que estejam em apresentação com a rédea tensa sem necessidade; 
  • Em ano subsequente ao da implantação da penalização do comando de rédea tensa, pressão além do necessário, introduzir o quesito naturalidade nas provas. A sugestão é de que os animais antes do concurso de marcha façam o teste da naturalidade saindo ao passo em rédeas totalmente relaxadas e entrar na marcha curta, de velocidade baixa, mostrando a dissociação natural e correta da alternância entre os apoios duplos diagonais e laterais, intercalados por 4 tríplices apoios por pelo menos uma volta, sem que o cavaleiro não acione o comando das pernas. Está em nosso padrão o quesito naturalidade e assim devemos introduzir ele em nossos julgamentos, pois a marcha pode ser também artificial; 
  • Reuniões do CDT através da internet, podendo aumentar para mensal e cada conselheiro ficar em sua casa ou escritório, facilitando a participação de todos. Ficando apenas uma anual para que sejam assinadas as atas; 
  • Criação na próxima gestão de Congresso sobre Marcha e Equitação, pois já se faz necessário, visto que, temos muito tempo sem fazer algum e o tema proposto é bem atual e pertinente; 
  • Terminar a correção do padrão racial (anexo), trabalho bem feito pelo CDT e que teve de parar quase ao seu final. 
  • Essas são as colaborações que faço e deixo registradas para serem apresentadas ao novo CDT que será eleito em breve. 

 

Aproveito e registro a satisfação de ter os companheiros desse Conselho Deliberativo pela participação, espirito classista e coleguismo e me sentir útil aos associados, entidade, raça, técnicos e os que usam nosso cavalo, pois participei debatendo e ajudando a criar novas situações de impacto a todos eles com os conselheiros.  

Participei de vários grupos sobre Mangalarga Marchador ao longo desses 41 anos em que sou sócio da ABCCMM e esse CDT foi um dos melhores em que atuei. Agradeço essa possibilidade de convivência com os colegas e amigos desejando a todos saúde e paz e a quem se foi, como o companheiro Wander, que Deus o proteja. 

Leonardo Fernandes

Criação Escadinha

Sócio 1248-3