Estação de monta

Período exige atenção dos criadores

  • PAULA MAGALHÃES
  • 07/10/2019
  • 17h16

 

A Estação de Monta é o principal assunto nos criatórios da raça Mangalarga Marchador por todo o país. O período, que teve início junto com a primavera, quando os dias ficam mais longos e com mais tempo de claridade é muito esperado por criadores e profissionais da área.

Fatores como clima, luminosidade e manejo influenciam diretamente no ciclo reprodutivo equino, por isso toda equipe envolvida precisa estar atenta quanto ao tratamento adequado para garanhões, matrizes e receptoras.

Outro quesito que deve ser observado é o fator nutricional - importante fonte para qualidade de vida e desempenho. A deficiência nutritiva dos animais influenciará tanto na qualidade do sêmen quanto dos óvulos e, consequentemente, na eficiência reprodutiva. Durante a gestação, o equilíbrio nutricional é essencial para garantir o desenvolvimento adequado do feto, dar à mãe boas condições de parto, nascimento de potros saudáveis, e amamentação adequada.

Independente de monta natural ou transferência de embrião, caracterização racial, andamento, fertilidade e potencial genético, são alguns dos itens que pesam na escolha de um reprodutor ou reprodutriz.

Boas condições físicas, aparelho reprodutivo saudável, manejo alimentar e sanitário adequados, essas são dicas da médica veterinária, Maria de Lourdes Palhares Paiva, que destaca “Ideal seria se os animais pudessem ficar soltos em piquetes com pastagens de qualidade, sal mineral e água à vontade, respeitando a lotação adequada por área, isso vale para garanhões, matrizes e receptoras”, explica a especialista em Reprodução Animal.

Maria de Lourdes também chama atenção para o tratamento dado aos animais estabulados, “É importante que sejam alojados em baias arejadas com tamanho e condições de higiene apropriadas, oferecendo volumoso, concentrado, mineral e água de qualidade, permitindo sempre que o animal tenha acesso à piquetes durante uma parte do dia para tomar sol e movimentarem.”, enfatiza.  

Se tempos atrás, o cruzamento desejado sofria com limitações de natureza fisiológica, geográfica ou econômica, hoje, com os avanços tecnológicos, técnicas de transferência de embrião e inseminação artificial, tornaram a realidade muito diferente e alguns animais podem ter centenas de filhos.

Com trabalho dobrado nesse período, Maria de Lourdes se dedica principalmente a transferência de embriões e alerta “Se o criador optar pela transferência de embriões é fundamental a boa qualidade das receptoras a serem utilizadas, pois são elas que gerarão os produtos esperados, então é sim, necessário dar a devida atenção a essas fêmeas, observar a vocação materna, tanto em formação corporal, como de comportamento, oferecendo um ambiente cômodo e livre de situações que possam provocar estresse.”, conclui.

 

Números da Raça

A ABCCMM vem registrando, a cada ano, número crescente nas comunicações de coberturas e nascimentos. Somente em 2018, foram comunicadas 56.746 cobrições, sendo 42.771 por monta natural e 13.975 por transferência de embrião. Houve um total de 36.585 nascimentos, 27.033 por monta natural e 9.552 frutos da transferência de embrião.