Especial

Dicas para hora de montar

  • FLÁVIA ZAGO
  • 26/07/2021
  • 17h04

 

 

Você pediu e a ABCCMM atende internautas e criadores com dicas especiais a respeito da DOMA.

O desenvolvimento e a evolução de um animal (potro) começam desde o nascimento, passando pelos primeiros cuidados e contatos. Acompanhado o crescimento do Marchador, nos deparamos com a fase mais esperada:  A confirmação para a sela.

A confirmação do nosso animal na sela passa pelo manejo, que é o contato com os potros sempre que possível (principalmente os mais arredios) e um cabresteamento leve para o simples manejo. 

E fiquem atentos:

Existem várias formas e métodos para conter o animal a fim de se tirar a sensibilidade e o medo do material que será usado para montar. Como se parte do pressuposto de que esse animal foi bem cabresteado, inclusive apresentado aos utensílios de montaria, pode-se já encilhar e levá-lo ao redondel ou lugar apropriado do haras/propriedade para montá-lo.

Equipamentos indicados para uso:

Cabresto com guia

Manta

Sela

Focinheira ou bridão 

De acordo com o zootecnista e árbitro da ABCCMM, Fabiano Bittencourt, o que mais funciona para ele ao domar um animal é o uso da focinheira nas primeiras 5 ou 6 montadas. Essa deve ser dupla, bem flexível e de material macio como corda de algodão ou couro macio. Deve estar posicionada em dois pontos de atuação no chanfro do animal, dividindo e aliviando a pressão nesses pontos. ‘Temos observado o uso de focinheira meio bruta de corda dura e pouco flexível e atuando em uma posição muito baixa e apertada (quase na narina do animal), o que se pode causar traumas e uma reação indesejável na sequência do adestramento”, informou o profissional.  

Ele reforçou que esse método de montar as primeiras vezes com a focinheira pode ser substituído pelo uso direto do bridão, muito eficiente também e bastante utilizado. Cada um escolhe a forma que mais tenha confiança e que obteve o melhor resultado (1)

Passando essas primeiras 5 ou 6 montadas de focinheira, fazemos a transição para o bridão (podendo conjugar com a focinheira ou usá-lo com ação direta)

A apresentação do animal à manta e à sela deve ser feita com calma para evitar reações e desconforto na hora de ajustar a cilha e barrigueira. É indicado trabalhar na guia esse potro (a) com a sela por uns dias e aproximar sempre, até ter a confiança de montar e apear algumas vezes, antes de romper ao passo ou marcha. Ao observar o animal descontraído rodando com a guia encilhado, deixando aproximar, chega a hora de montar. (2)

O importante é colocar esse potro (a) no redondel ou lugar apropriado, em posição que seja menos perigosa para o domador. De acordo com Fabiano, uma alternativa, seria segurando a faceira da cabeça. “Puxar um pouco a cabeça animal em nossa direção, de modo que a narina esquerda esteja apontando para o domador. Essa posição tira alguma possibilidade de reação na qual não tenhamos forma de escape, se caso o animal tentar corcovear, escoicear ou sair disparado. Portanto, com esse domínio do Marchador voltado com a cabeça um pouco para nós e o pescoço fletido (curvado) também para o nosso lado, conseguimos facilmente sair do seu raio de ação diante de um possível comportamento indesejável (como mostra a foto).

Tentando sempre sair ao passo após montar o animal é, importante usar as técnicas mais básicas de equitação: rédea direta de abertura indicando com facilidade e segurança a mão de direção que iremos tomar, juntamente com as ajudas à ação de mão, com altos brandos e bem feitos.

Fabiano observa, que na fase de doma tem existido muita pressa em posicionar o animal sem que ele esteja muito bem flexionado lateralmente, ou seja, a rédea direta de abertura (básica) do começo está sendo pouco usada visando essa flexão (lateral). “Quando isso acontece, o preparo para o flexionamento longitudinal posterior fica comprometido na fase de adestramento. Tudo isso demanda tempo e nada mais é do que a consequência daquela rédea direta básica bem-feita no começo (3 e 4)”, confirmou. 

Portanto, o menos é mais no começo. O uso das ajudas básicas, equipamentos bem ajustados, que respeitem a conformação e domadores que conheçam as prováveis ações do animal sem o uso da força, altos e transições bem feitos que no futuro se transformarão em esbarros plásticos e precisos, sempre respeitando o estado físico das fases do animal (principalmente nesse começo montado). É importante não esquecer da própria avaliação da conformação do potro (a), na qual ele irá tomar uma provável postura que auxiliará no desenvolmento da sua dinâmica de forma eficiente (5).  

Depois de todas essas observações e o uso correto das técnicas de equitação e manejo, Fabiano conclui que assim se consegue um cavalo ou égua bem domado e confiante. Isso torna mais fácil o aperfeiçoamento do seu adestramento dia após dia, tendo como objetivo aliar a qualidade da marcha genuína que cada dia apuramos mais, com animais bons de lida, destreza, com muito senso para o trabalho de campo, tranquilos e fáceis de montar. Tudo isso confirma ainda mais o fato de termos a melhor raça de cavalos de marcha do mundo: o nosso Mangalarga Marchador.