Bem-estar em pauta

Baias e camas para cavalos

  • FLÁVIA ZAGO
  • 03/07/2020
  • 10h25

 


No inverno, principalmente a noite quando as temperaturas abaixam consideravelmente nas propriedades rurais, especialistas recomendam preservar o animal da exposição ao frio. As baias ou estábulos individuais são os locais mais adequados para isso. E, para quem deseja construir um abrigo como esse seguem algumas dicas:

Quais as dimensões do estábulo individual ou baia?

O estábulo individual deve ser grande, de maneira que os animais possam se virar, deitar e rolar comodamente. As dimensões se orientam segundo o tamanho e a utilização do animal.As medidas usuais para baias são de  3,2 x 3,5 m².

Já para animais em reprodução, o recomendado é 4 x 4m (16m²). A medida mais estreita deveria ser no mínimo 1,5 vezes maior que a cernelha, e a porta de no mínimo 1,20m.

A divisão pela metade das portas das baias é recomendada. Com elas divididas, os animais têm contato com o mundo exterior pela abertura da parte superior, o que é muito interessante para o bem-estar do cavalo/égua.

Camas adequadas para as baias, também ajudam no conforto dos cavalos. Para isso, existem vários tipos de material que podem ser utilizados de acordo com a disponibilidade regional, qualidade e custo. Obviamente cada um com  modo específico de manutenção.

Algumas caracteristicas para uma boa cama devem ser levadas em conta. Elas precisam estar secas, com propriedades absorventes para evitar o mau cheiro provocado pela decomposição da urina e fezes do animal. Atenção recomendada também para a umidade, cuidado: ela pode favorecer o aprodrecimento da ranilha e amolecimento dos cascos.

Tipos de camas: Vantagem, desvantagens e cuidados

Maravalha: são raspas de madeira, muito utilizadas para os cavalos. A ideal, segundo alguns estudos veterinários, é a Maravalha de Pinus. Tem odor agradável, demora mais tempo para escurecer, sendo mais durável, e possui um excelente poder de absorção da urina.

Pó de serragem: Ele tem o inconveniente de irritar as vias respiratórias, especialmente em cavalos alérgicos. Em constante contato com o pó, e por período prolongado, alguns cavalos podem desenvolver a ORVA - Obstrução Recorrente das Vias Aéreas.

Areia: muito comum seu uso em diversas partes do país. Mesmo que ela, possa, à primeira vista, parecer ideal, é necessário atentar para a existência e possibilidade de cólicas de areia no cavalo, que acontecem em terras de solo arenoso, quando o cavalo acaba ingerindo areia ao se alimentar.

 Borracha: São placas de borracha antiderrapante. Traz um inconveniente, pois não absorve a urina, deixando um cheiro desagradável de ureia no ambiente. Para se utilizar esse tipo de cama deve-se lavar diariamente a baia.

Bagaço de cana: apresenta os problemas semelhantes àqueles da palha de arroz, e também os motivos de sua utilização residem na sua fácil disponibilidade e em seu baixo custo. Entretanto, cavalos que ficam estabulados em bagaço de cana, especialmente se não estiverem familiarizados com ele, devem receber volumoso à vontade, em grandes quantidades, evitando que possam se alimentar do bagaço.

Sempre se deve evitar todo e qualquer tipo de cama com possibilidade de ingestão pelos animais, devido a possibilidade de contaminação por endoparasitos.

Dicas

Uma dica para se evitar a ingestão de camas, como a feitas de bagaço de cana, palha de arroz ou de café  é fazer uma solução fraca de água e creolina e pulverizar sobre a cama.

Ao chegar de viagens longas, nunca alojar os animais em camas desses materiais comestíveis sem antes alimentá-los.