Acidentes com animais peçonhentos

Conhecimento é a melhor prevenção

  • PAULA MAGALHÃES
  • 13/07/2021
  • 18h01

Dono de uma das maiores biodiversidades do planeta, o Brasil é também território para inúmeras espécies de animais peçonhentos. Serpentes, escorpiões e aranhas, são os mais conhecidos e temidos por toda população, seja ela da cidade ou do campo. Marimbondos, lacraias, vespas e taturanas também figuram nesse time.

Milhares de acidentes envolvendo estes seres acontecem todos os anos, principalmente nos períodos de calor e chuva. Segundo dados disponíveis no site do Ministério da Saúde, anualmente são registrados aproximadamente 30 mil casos. Mas estes indivíduos não oferecem risco somente para a vida dos seres humanos, eles também são um perigo para os animais. E prevenir um ataque ou minorar suas consequências é desafio para qualquer criador.

Para falar sobre esta temática, o Biólogo, Herpetólogo, especialista em Manejo de Animais Silvestres pela PUC Minas, Ex-curador da Coleção de Animais Venenosos e Peçonhentos do Hospital João XXIII e pesquisador da Ilha Queimada Grande (SP), Breno Teixeira Damasceno, traz para os criadores e trabalhadores do meio equestre, dicas de como proceder em situações que envolvam algum desses seres. 

O especialista deixa um alerta para que as pessoas evitem colocar substâncias no local. “Se uma serpente, escorpião, aranha ou outro animal picar um cavalo ou ser humano, qualquer coisa que você colocar na ferida irá agravar. Não pratique as crendices e costumes populares existentes por aí. O recomendado é lavar com água e sabão, porque qualquer coisa que você faça fora disso irá piorar o local da picada ou até mesmo provocar uma infecção secundária, além de dificultar o trabalho do médico ou do médico-veterinário para identificação do problema.”, pontua.

Ainda segundo o biólogo, para um diagnóstico e tratamento corretos, é necessário que a vítima ou quem a acompanha no atendimento saiba informar corretamente a espécie agressora, “Para cada tipo de animal será ministrada uma medicação específica, para escorpiões, aranhas, ou até mesmo entre as serpentes, já que existe um tipo específico de soro para cada grupo de serpentes no Brasil.”, explica.

Para finalizar, Breno destaca que a melhor maneira para evitar incidentes dos animais peçonhentos é através do conhecimento, “O acidente ocorre somente quando eles se sentem ameaçados, então se você sabe identificar o indivíduo, conhece o seu comportamento e age da maneira tranquila e adequada você diminui os riscos.”, pontua. Uma boa sugestão é investir em cursos para manejo e identificação pois nele você aprenderá sobre prevenção, identificação e socorro... (Saiba mais em @brenodamascenooficial).

 

Dicas de prevenção a acidentes:

Use botas e luvas de proteção

Mantenha o ambiente limpo e evite o acúmulo de lixo

Inspecione roupas pessoais e utensílios de montaria antes do uso

Nos estábulos, vede a parte inferior das portas para evitar a entrada de serpentes, aranhas, dentre outros (borrachas ou saquinhos de areia podem ser utilizados para isso)

Troque a cama dos animais com frequência

Controle a presença de roedores e insetos (baratas, ratos...)

Preserve predadores naturais dos animais peçonhentos (galinhas, corujas, sapos, gaviões, seriemas, gansos e outras serpentes)

Atenção!

Para o equilíbrio da fauna todos os seres vivos são essenciais. Portanto, evite extermínio dessas espécies. 

Se você se interessou por este assunto, reveja em nosso Instagram (@abccmmofical), a entrevista completa do Breno Damasceno para o repórter Raphael Nobre do MMTV.